11/02/2008

SINCRONIA E DIACRONIA

Dos começos:
Mapa Terra Brasilis - incluído no Atlas Miller, 1519



Erro de português
Quando o português chegou
Debaixo de uma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português.
(Oswald de Andrade)
Cédula de Plástico 10 reais - Edição Comemorativa
Pedro Álvares Cabral (detalhe: Mapa Terra Brasilis)


Endechas a Bárbara escrava
(Luís de Camões)

Aquela cativa /Que me tem cativo, / Porque nela vivo / Já não quer que viva.
Eu nunca vi rosa / Em suaves molhos, / Que pera meus olhos / Fosse mais fermosa.
Nem no campo flores, / Nem no céu estrelas / Me parecem belas / Como os meus amores.
Rosto singular, / Olhos sossegados, / Pretos e cansados, / Mas não de matar.
Uma graça viva, / Que neles lhe mora, / Pera ser senhora / De quem é cativa.
Pretos os cabelos, / Onde o povo vão / Perde opinião / Que os louros são belos.
Pretidão de Amor, / Tão doce a figura, / Que a neve lhe jura / Que trocara a cor.
Leda mansidão, / Que o siso acompanha; / Bem parece estranha, / Mas bárbara não.
Presença serena / Que a tormenta amansa; / Nela, enfim, descansa/ Toda a minha pena.
Esta é a cativa / Que me tem cativo; / E pois nela vivo, / É força que viva.

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